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sábado, 20 de novembro de 2010

Minhas Histórias Dos Outros-Zuenir Ventura

   "Curioso esse nosso ofício. Ele nos dá a tentação da arrogância, mas também uma saudável sensação de insegurança, que faz com que, às vésperas de completar 74 anos, eu me sinta como um foca antes da publicação de sua primeira história." - Zuenir Ventura
   Mais do que a biografia do jornalista Zuenir Ventura, "Minhas Histórias dos Outros" é "uma alterbiografia", como define o próprio autor. Feito de episódios que viveu e de personagens que conheceu ao longo de quase cinqüenta anos de jornalismo, o livro é um acerto de contas com o seu passado, ou com suas lembranças. Desmemoriado confesso, Zuenir foi atrás de suas "anotações" nos arquivos de jornais e revistas e também da memória dos outros, tomada de empréstimo quando a dele falhava. Entre lembranças pessoais e coletivas, estão as principais mudanças comportamentais, políticas e sociais ocorridas dos anos 50 até hoje. Mas Zuenir não escreve um livro de História, e sim das histórias das pessoas que presenciaram e muitas vezes protagonizaram essas transformações. Amigo próximo de Glauber Rocha, Zuenir relata sua pesquisa para uma biografia que não chegou a escrever sobre o cineasta, e desfaz as dúvidas sobre a verdadeira causa da morte do pai do Cinema Novo, até então nebulosa. Mais adiante, como num mea-culpa, questiona por que os jornalistas - ele, inclusive - resolveram não publicar a versão integral do suicídio de Pedro Nava. E, como se abrisse seu diário, Zuenir expõe pela primeira vez em detalhes "a experiência mais difícil e sofrida de viver e contar": a de seu "filho adotivo" Genésio Ferreira da Silva. Testemunha do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, o garoto, então com treze anos, entrou para a família por acaso, após Zuenir infringir uma lei básica do jornalismo - a de que, ao reportar os acontecimentos, não se deve interferir neles. Há também histórias alegres e surpreendentes, como a cobertura da Revolução dos Cravos ou a foto acidental que tirou da calcinha branca de Jacqueline Kennedy. Momentos de orgulho, como a apuração do caso da morte de Vladimir Herzog - no lugar de quem poderia ter morrido - e da bomba do Riocentro. E relatos de sua geração, a de biquíni fio dental e da liberdade sexual, que durou vinte anos até ser reprimida não tanto pelo moralismo, mas sim pelo medo, o medo da aids, que deixou muitos pelo caminho. 

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